ACONTECEU ESTE MÊS! CABO DELGADO E O APOIO ÀS MULHERES

O contexto sociopolítico de Cabo Delgado exige uma atenção especial do Programa WVL-ALIADAS, priorizando intervenções de e para aquela província.

As mulheres em Cabo Delgado têm as suas necessidades específicas associadas anteriormente a desastres naturais e depois ao conflito armado (com extremismo violento e religioso). Ainda que o contexto clame por uma abordagem de imediato assistencialista, julgamos ser importante o desenho de projectos que não descurem de uma abordagem de direitos, isto é, actividades ligadas a uma consciencialização, participação e onde as mulheres não sejam negligenciadas.

Abaixo, um apanhado das principais actividades desenvolvidas pelas organizações e colectivos de mulheres e outras notícias do mês de Junho:

<<
Confere, aqui, a Feira de Economia Solidária organizada em Nampula pela Ophenta

Acompanha, aqui, NAFES comemora Dia da Criança Africana com lançamento do filme Casamentos Prematuros.

Lê, aqui, as etapas do processo de elaboração da Agenda Comunitária da Mulher partilhadas pela Associação de Viúvas Teresa Grigoli


>>
Informa-te, aqui, sobre os encontros de reflexão sobre abordagem feminista e direitos humanos das mulheres realizados pela Ophenta

Confere, aqui, a homenagem do GMPIS a sua companheira Felizarda

Acompanha, aqui, como foi a formação em Gestão Baseada em Resultados com abordagem feminista, realizada pelo ALIADAS

CUIDANDO DE NÓS EM TEMPOS DE COVID

CUIDANDO DE NÓS EM TEMPOS DE COVID.

Uma das consequências da pandemia do COVID-19 foi o agravamento das desigualdades de género, uma vez que nós mulheres somos as principais responsáveis pelas tarefas do cuidado, que incluem o trabalho nos serviços de saúde e assistência, nas comunidades onde vivemos, nas casas onde trabalhamos ou nas nossas próprias famílias, atendendo a crianças e idosos. Também nos tornámos, como várias pesquisas têm mostrado, mais vulneráveis à violência doméstica, tendo os casos aumentado bastante neste período que se vem estendendo desde inícios de 2020.

Num contexto em que uma das principais recomendações para conter a propagação do vírus é o isolamento das pessoas nas suas respectivas casas, a nossa jornada de trabalho aumenta exponencialmente. A suspensão das aulas, a atenção redobrada para com os idosos (por serem um grupo vulnerável ao vírus), o teletrabalho ou trabalho remoto, exigem de nós esforços adicionais

Neste sentido, torna-se prioritário cuidarmos do nosso bem-estar físico e emocional, pois cuidarmos de nós mesmas e umas das outras é um acto político contra um sistema que nos sobrecarrega com tarefas e stresses. A pensar em todas estas questões, reunimos neste que é um espaço de trocas, alguns materiais, exercícios e contactos que nos podem ajudar a estar e/ou a ficar bem. Confere abaixo o que preparamos para ti:

Documentos do Ministério da saúde (manual de bolso e cuidados alimentares)

– Exercícios para mente e corpo aqui.

– Sugestão de aplicativos de celular e documentários: Insight Timer e Headspace; Headspace – Unwind your mind, Headspace – Meditação Guiada, Headspace – Guide to Sleep, Explicando – A Mente)

– COVID-19 e saúde mental: https://www.dw.com/pt-002/mo%C3%A7ambique-como-a-covid-19-pode-afetar-a-sa%C3%BAde-mental/av-55485500

– Como lidar com o stress durante a pandemia: https://covid19.ins.gov.mz/familias/saude-e-bem-estar/

– Contactos de apoio:

• Ligue grátis para o Alô vida: 1490 através da TmCel e Movitel ou para o 84146 através da Vodacom

• Disque para a PENSA através do *660#

• Aceda ao WhatsApp Fica Atento pelo +258843318727.

ALIADAS REALIZA FORMAÇÃO EM GESTÃO BASEADA EM RESULTADOS COM ABORDAGEM FEMINISTA PARA ORGANIZAÇÕES PARCEIRAS DO SUL, CENTRO E NORTE DO PAÍS

Zona Sul


Entre finais de Maio e meados de Junho, o Programa ALIADAS realizou uma formação em formato virtual sobre Gestão Baseada em Resultados com abordagem feminista. A formação foi estruturada em dois módulos com a duração de um dia cada, divididos pelas três regiões do país (sul, centro e norte) e contou com 26 organizações parceiras dos fundos plurianuais e fundos rápidos, que são o núcleo duro do Programa. O seu objectivo principal foi o de fortalecer as parceiras na Gestão Baseada em Resultados com uma abordagem feminista.

Zona Norte


Integrada num contexto maior do Programa, a formação conecta-se com outras ações de fortalecimento das parceiras. Esta iniciou com um diagnóstico participativo que reflectiu o nível de conhecimento das parceiras em relação à Gestão Baseada em Resultados e os desafios que enfrentam em relação a esta abordagem. O diagnóstico informou o desenho da estratégia de capacitação, assessoria e mentoria junto às organizações parceiras para esta área.

Centro


A metodologia usada foi participativa, em formato de roda de conversa (virtual) e com uma abordagem feminista que levou as participantes a reflectirem sobre as mudanças que querem gerar em prol dos direitos das mulheres e sobre a sua prática de gestão, conectando com os outros processos dos quais elas fazem parte, como os Bootcamps, os ToCs e os encontros de reflexões temáticas.

Após as formações e reflexões, foi elaborado um plano de mentoria e ações de seguimento das parceiras para que cada uma delas seja beneficiada e tenha um acompanhamento.

Memórias do activismo de FELIZARDA. Distrito de Marínguè, província de Sofala

Felizarda a 3ª na fila, vestida de blusa de cor amarela e um plástico na mão.


Felizarda, Uma Activista Dos Direitos Humanos das Mulheres

O engajamento e a coragem de FELIZARDA permitiram que ela desafiasse as estruturas patriarcais e machistas nas comunidades do distrito de Marínguè.


FELIZARDA mobilizou e transformou a vida de  mulheres  e raparigas

Foi-se a FELIZARDA, mas não foi a “VOZ” da Felizarda. Ela está marchando e nós continuaremos em marcha até que todas as mullheres sejam livres do machismo, do patriarcado e de todas as formas de violência.


A FELIZARDA Aceitou ser Feminista, aceitou capacitações baseadas em princípios feministas, colocou a si mesma o desafio individual de ser feminista e admitiu os riscos na sua comunidade
.


A transformação das relações de género que priva os homens e as mulheres de acesso e práticas…


…foi um das lutas que a Felizarda abraçou

No distrito de Marínguè, na província de Sofala, Felizarda era uma activista que desafiou o sistema patriarcal e o machismo ao promover as atitudes feministas que permitiram trazer a consciência sobre direitos humanos e oportunidades num nivel individual, familiar, comunitário e institucional e fazer advocacia.
.


Ao  aceitar  os desafios de replicar os saberes sobre direitos humanos e atitude feminista, que levariam às mudanças sociais em prol da igualdade de género para mulheres  de base comunitária,  FELIZARDA mudou a visão de mulheres e homens.


Felizarda capacitou várias mulheres!


Mulheres em consciencialização seguiam a Felizarda nas formações, em Nazaré em 2018. Felizarda veio com outras mulheres do distrito de Marínguè que faziam parte do GMPIS. No acampamento de Gorongosa em 2018, Felizarda estava noutra missão de activismo pelos direitos à terra e chegaram ao acampamento homens e mulheres que vinham de Marínguè, que procuraram conhecer e fazer o que a Felizarda fazia no GMPIS.


Felizarda abriu o seu SER para trocar experiências

Felizarda trocou experiências com outras mulheres do mundo. Em 2015, num período de conflito político e violentos ataques a carros na estrada nacional Nº 5, ela viajou na companhia de outras 20 mulheres do GMPIS Sofala, de machimbombo da Beira para Maputo de modo a participarem na Conferência Internacional da Marcha Mundial das Mulheres.
.


Felizarda trocou a sua segurança pessoal pela acção Mulheres, Paz e Segurança

Pro várias vezes, Felizarda participou em acampamentos solidários, viajando para comunidades onde os conflitos armados se insidiam.

Felizarda fazia parte das mulheres do Movimento das Mulheres da Marcha Mundial da região Centro de Moçambique e foi uma das fundadoras das agendas Mulheres, Paz e Segurança no centro de Moçambique e participou na criação da iniciativa dos núcleos Mulheres, Paz e Segurança, onde ela articulava pelo distrito de Marínguè, onde vivia.


Viva Felizarda! Vivam as mulheres do GMPIS de Marínguè! Estamos em marcha até que todas sejamos livres!



Homenagens das companheiras do GMPIS

AGENDA COMUNITÁRIA DA MULHER – ETAPAS DO PROCESSO DE ELABORAÇÃO

A Agenda Comunitária da Mulher deve estar integrada no Ciclo de Planificação do local que pretende influenciar, por isso antes da sua implementação é preciso ter conhecimento do ciclo de planificação e todas as suas etapas. Para a sua elaboração, há 5 etapas que não devem ser ignoradas, nomeadamente: marcação dos encontros; realização das consultas/auscultações comunitárias; redacção e disseminação do relatório; prestação de contas; e monitoria e avaliação.

1ª etapa: marcação dos encontros

A etapa de marcação dos encontros é antecedida pela preparação da documentação e identificação das partes interessadas, seguida pelo mapeamento e identificação de pessoas (interessadas e voluntários) para participarem dos encontros. As pessoas identificadas devem ser influentes, dinâmicas, fazedores de opinião, líderes comunitários e líderes locais com capacidade de influenciar, inspirar e mobilizar os membros da comunidade.

O mapeamento e identificação das pessoas deve ser feito com a ajuda dos líderes locais (chefes dos postos administrativos, secretários dos bairros e unidades comunais), através de conversas informais com pessoas da comunidade e através de marcação de encontros com os membros da comunidade com vista a anunciar a iniciativa, num período de uma semana e meia. Depois de terem sido identificadas as pessoas, estas são convocadas para fazerem parte do grupo de auscultação nas comunidades. Deve se registar a informação das pessoas numa ficha de registo dos grupos. A marcação dos encontros trata-se de um momento em que se escolhe a área de abrangência da ACM.

2ª etapa: realização das consultas/auscultações comunitárias

Depois de marcação dos encontros, a etapa seguinte é a realização das auscultações comunitárias. Participam nos encontros os moradores dos bairros e unidades comunais escolhidos no referido posto administrativo. Os encontros são realizados tendo em conta o tempo disponibilizado pelos membros das comunidades e devem sempre acontecer na presença das estruturas locais, técnico de planificação do município e distrito, incluindo os membros dos conselhos consultivos da referida área. Neste encontro, espera-se que as comunidades definam as suas prioridades e tragam sugestões de melhoria dos serviços. O encontro termina com a produção de um draft de relatório que designamos de “Agenda Comunitária das Mulheres”.

3ª etapa: redacção e disseminação do relatório

Depois da sistematização da informação recolhida nos postos administrativos, a Associação de Viúvas Teresa Grigolini (AVTG) deve organizar um encontro no qual deverão participam os membros das comunidades, os técnicos de planificação distrital e municipal e outras pessoas ou organizações interessadas. O objectivo deste encontro é alinhar as necessidades com as matrizes em uso na planificação do local que pretende influenciar. E esta actividade permite comparar prioridades e enquadramento das necessidades tendo em conta as competências dos serviços distritais e municipais.

A AVTG deve elaborar o documento final que deverá ser partilhado com o Governo local (distrital e municipal). As rádios comunitárias, jornais ou outros meios de comunicação social devem ser parceiros no processo de disseminação.

4ª etapa: prestação de contas

Depois da aprovação do plano, a organização tem a obrigação de informar a população sobre a resposta às suas preocupações. Isso não só constitui uma obrigação como é uma estratégia de sustentabilidade das actividades do projecto, pois está comprovado que a partilha de mudanças incentiva a participação ou envolvimento das comunidades nas acções de influência e monitoria de políticas públicas.

5ª etapa: monitoria e avaliação

Com vista a avaliar o grau de influência e implementação das actividades, a AVGT deve monitorar a integração das preocupações das mulheres nos planos locais de planificação e orçamento e avaliar o grau de implementação dessas actividades. As bases de avaliação serão os planos económicos e sociais de desenvolvimento e plano de desenvolvimento autárquico.

O processo de elaboração da ACM inclui o envio de cartas às Secretarias e Posto Administrativo do Conselho Autárquico de Nampula 15 dias antes do início das actividades de campo, seguido do encontro de planificação da actividade da equipa.

As activistas, com o apoio dos oficiais de projecto, têm a tarefa de coordenar as actividades localmente com os Chefes dos Postos Administrativos, secretários dos bairros e chefes das unidades comunais no que se refere à mobilização das comunidades.

Com o lema:

“Por uma maior inclusão das necessidades das Mulheres nos Planos Locais de Desenvolvimento”

.

Slider image
Slider image

OPHENTA REALIZA ENCONTROS DE REFLEXÃO SOBRE ABORDAGEM FEMINISTA E DIREITOS HUMANOS DAS MULHERES

No âmbito do Programa ALIADAS, a Ophenta realizou encontros de reflexão com associações constituídas e lideradas por mulheres e raparigas nos seus escritórios e em alguns Postos Administrativos da Cidade de Nampula.

Com esta actividade, que também é feita à volta da fogueira, foram abrangidas até hoje mais de 120 mulheres e raparigas das associações AMDN, AMR, AVTG, AIEMO, AMRC, Amuetho, Amokana, Amor a Vida, Grupo de Poupança Ovarana e União Faz a Força. Nos encontros, reflectiu-se sobre uma Abordagem Feminista e sobre os Direitos Humanos das Mulheres.

Para as associações que são financiadas pelo ALIADAS, abordou-se também a Gestão Financeira, onde as associações partilharam as suas dificuldades e as colaboradoras da Ophenta ajudaram a sanar. De realçar que a Ophenta já vem trabalhando com estas organizações no âmbito do mesmo Projecto ALIADAS.
.

NAFES COMEMORA DIA DA CRIANÇA AFRICANA COM LANÇAMENTO DO FILME CASAMENTOS PREMATUROS E OUTRAS NOTÍCIAS

NAFES VISITA SECRETÁRIA DE ESTADO NA BEIRA

Com o objectivo de apresentar o seu plano de actividades, a NAFES visitou o Gabinete de S. Excia, a Secretária de Estado, na Beira. Esta actividade decorreu no dia 1 de Junho e foi feira em parceria com o Fórum Mulher.

NAFES CAPACITA ACTIVISTAS EM PARTICIPAÇÃO POLÍTICA E LIDERANÇA

Entre os dias 1 e 2 de Junho, a NAFES realizou na Beira uma capacitação sobre Participação Política e Liderança a activistas, com o objectivo destes replicarem nas suas organizações e comunidade.

NAFES REALIZA DIÁLOGO COM MULHERES DE PARTIDOS POLÍTICOS

No dia 3 de Junho, a NAFES orgaizou um diálogo com mulheres de Partidos Políticos sobre a participação política da mulher, com a participação de mulheres e jovens de partidos políticos.

NAFES COMEMORA DIA DA CRIANÇA AFRICANA

Em comemoração ao Dia da Criança Africana, celebrado a 16 de Junho, a NAFES lançou o filme Casamentos Prematuros, elaborado no âmbito do projecto Vidas em tempos de Crise (Desastres naturais e pandemia). O lançamento contou com a participação da Esposa do Governador, do Esposo da Secretária de Estado, do Presidente do Município, da Directora Provincial de DPGCAS e outros convidados.

Para aceder ao vídeo do lançamento do filme, clique em:

https://fb.watch/6a9srLB3CV/
.

Slider image
Slider image
Slider image
Slider image
Slider image
Slider image
Slider image
Slider image
Slider image

ACONTECEU ESTE MÊS! DESIGUALDADES E RESISTÊNCIA EM TEMPOS DE PANDEMIA (MAIO)

Nesta segunda edição da nossa Newsletter, destacamos dois eventos importantes que aconteceram recentemente. O primeiro é o lançamento do relatório de pesquisa da WLSA Moçambique “Desigualdades e resistência em tempos de pandemia. Impactos da Covid-19 nas mulheres do mercado informal, Maputo”, que contou com o apoio do Programa WVL-Aliadas.

Não basta lutar para haver leis e políticas públicas favoráveis aos direitos das mulheres, as organizações querem também ser capazes de monitorar. Foi assim que surgiu a ideia – antiga – da criação de um Observatório das Mulheres que junte todas as organizações em rede de forma a fazer, de maneira sistemática, esta monitoria. Nesta edição, destacamos o seu lançamento.

Confere, abaixo, detalhes sobre os dois lançamentos destacados, assim como outras notícias:

>>
Confere, aqui, fotos e vídeos do lançamento da pesquisa da WLSA Moçambique.


<<
Vê, aqui, como foi o lançamento do Observatório das Mulheres e aprende um pouco mais sobre ele.

Vê, aqui, as actividades realizadas pela Modalitso.

Confere, aqui, as actividades que a FAFI desenvolveu no mês de Maio.

>>
Acompanha, aqui, as actividades realizadas pela NAFES.

Modalitso realiza em Tete sessões sobre DSR e VBG com mulheres, raparigas e parteiras tradicionais

Com o objectivo de dar a conhecer os direitos sexuais e reprodutivos e a violência baseada no género, a Associação Moçambicana Modalitso realizou sessões e reuniões com mulheres e raparigas das comunidades e com grupos e associações de mulheres e parteiras tradicionais. As actividades realizaram-se em Moatize-Cateme, Mwaladzi e Marara-Cassoca. Como resultado, as mulheres foram despertadas, ficaram comovidas e abriram-se, contando o que vivem no seu dia-dia.
.

As participantes agradecem a iniciativa e reclamam do sofrimento que carregam quando são violentadas e vão Comando da Polícia fazer queixa. Os seus maridos pagam à Polícia e quando estas voltam a casa, são novamente violentadas. Uma mulher perdeu a vida a outra foi levada a casa dos pais em mau estado.

.

Women’s Voice and Leadership ALIADAS ( WVL - ALIADAS)
Av. Julius Nyerere, N.º 258 Maputo, Moçambique      CP 4669

(+258) 21 48 75 52 (+258) 21 48 75 65

(+258) 84 51 08 505 (+258) 82 47 08 431

e-mail: info@aliadas.org


www.aliadas.org
PT_MOZ
EN PT_MOZ