Confere, abaixo, os comunicados publicados por algumas organizações de mulheres, alusivos ao Mês da Mulher, celebrado entre os dias 8 de Março (Dia Internacional da Mulher) e o 7 de Abril (Dia da Mulher Moçambicana:
ASCHA
Celebra-se, hoje, 08 de Março, Dia Internacional da Mulher. instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU) no ano de 1975, para celebrar conquistas sociais, políticas e económicas das mulheres ao longo dos anos e reflectir em torno dos desafios que as mesmas continuam a enfrentar.
Este ano, o Dia Internacional da Mulher é celebrado sob lema “Mulheres na Liderança: Contribuindo para um Futuro de Igualdade num Mundo com a Covid-19”.
O Dia Internacional das Mulheres é entendido como um período de análise e gestão consciente de todas as lutas que travaram e conquistas que alcançaram para o estágio de igualdade de género e actual estágio dos direitos humanos das mulheres e raparigas.
Que este período seja de reflexão em torno dos desafios que as mulheres ainda enfrentam, como as desigualdades sociais, acesso à educação, participação política violência baseada no género, abusos sexuais, de modo a construir uma sociedade mais consciente, empática e livre de violência
#celebracaododia08demarco
ROSC
Assinala-se outro mês de comemoração da Mulher, agora celebrando o Dia da Mulher Moçambicana em virtude da recordação do aniversário da morte de Josina Machel mulher moçambicana, combatente da liberdade e heroína nacional.
Neste dia especial, a nossa consciência não nos permite qualquer celebração. Estamos aos prantos, …. Quando verificamos o triste cenário que as crianças, raparigas e mulheres moçambicanas vivem em virtude dos ataques armados que destroem a esperança de um futuro brioso nesta pátria de heroínas.
O que celebramos afinal?
Quando as capulanas da minha mãe já não servem para cobrir e embelezar o seu corpo mas sim para limpar lágrimas de dor e de tristeza pela destruição da sua casa, de escolas, de machambas e morte de pessoas amadas.
Quando as capulanas coloridas ganham apenas a cor de sangue e servem para tapar a nudez da desgraça vivida por nós crianças, raparigas e mulheres de Cabo Delgado.
Quando o brilho no olhar das nossas mães é de desespero por falta de comida e abrigo. Quando no lugar da esperança assistimos impávidos o desespero, a agonia alastrando-se de forma vertiginosa entre as pessoas que amamos, respeitamos, admiramos. Nossa comunidade destruída, estamos com medo!
São gritos de socorro que vem de todos lados, são charcos de lágrimas que inundam as nossas almas cheias de dor quando precocemente contemplamos cenários de destruição, de morte de outras crianças e das pessoas que nos protegem. não compreendemos o que está a acontecer?
Queremos, protecção, abrigo, amparo. Socorro!
Esta impotência afecta-nos em todos os sentidos.
Queremos respostas. Acções, Liberdade, Segurança, Paz!
Queremos o fim da Guerra em Cabo Delgado!
MULHERES JOVENS LÍDERES DE MOÇAMBIQUE
O que acontece quando as mulheres se unem???
Transformamos o dia da mulher num dia verdadeiramente de activismo e luta que uniu todo o país, as 11 províncias, mulheres e homens de diferentes etnias, gerações, credos, raças e convicções, nas organizações e fora delas, nos distritos e capitais! Viraliizou, impactou e, a bem ou a mal, ficou na língua da maioria. Ninguém disse que a luta seria fácil!
Aliás, nenhuma foi ganha numa batalha só mas numa pressão de apenas 48 horas conseguimos que:
1. Pela primeira vez o Presidente Nyusi se dedicasse a prestar contas sobre Cabo Delgado – todo o seu discurso do dia da Mulher foi sobre o terrorismo em Cabo Delgado, sobre as mulheres em luto. Exigimos mais, esperamos acção; 2. A generalidade das intervenções na praça dos heróis na capital e nas cerimónias provinciais mencionaram directa ou indirectamente #semotivosparacelebrar; 3. A maioria dos órgãos de comunicação social nas 11 províncias deu destaque a campanha #mulheresemluto e em muitos programas o dress code era mesmo preto; 4. Muitas praças estiveram vazias comparativamente a anos anteriores incluindo ano passado com o início do estado de emergência; 5. Centenas de vídeos, quase milhares de fotos e mensagens que nos foram enviados de todas as províncias e levaremos uma eternidade para acabar de publicar nesta página. |
A nossa solidariedade ainda é uma gota de água no oceano mas o que seria do oceano sem cada gota de água. A solidariedade se resume na consciência de que a segurança é algum lugar ameaça a segurança em qualquer outro lugar.
Muito obrigada! Não conseguiríamos isso sem você.
Imaginem o que podemos conseguir em mais tempo?
Que tal, aquela tua capulana de ontem, já podemos enviar para as manas que perderam tudo em Cabo Delgado?
#ALutaContinua
#CaboDelgado
#Moçambique
#pazeseguranca
#mulhereslideres
#jovenslideres
SABER NASCER
Hoje celebra-se o dia da Mulher Moçambicana, e está data é marcada pela pandemia da COVID-19, e principalmente pela guerra armada que se registra em Cabo Delgado.
A pandemia da COVID-19 trouxe desemprego e perda de fontes de rendimento, para as famílias lideradas por mulheres, aumentando a vulnerabilidade econômica das mulheres e raparigas. Assim com registou se aumento de violência contra as mulheres e raparigas na esfera doméstica, nos espaços públicos e obstétricas e este motivo faz nos afirmar que não há motivos de celebração este ano.
Desde 2017 que o país registra ataques na zona norte, exatamente em Cabo Delgado, onde os mesmo ja tiraram a vida e sossego de várias famílias. O sangue derramado naquela zona do país, fez com que várias cidadãs e cidadãos saíssem das suas zonas de origem em busca de segurança. As mulheres e raparigas servem como moeda de troca para alimentação, assim como objectos sexuais para os malfeitores.
As mulheres são vítimas de vários tipos de violência naquele ponto do país, e não obstante são abandonadas a própria sorte. Em meados do ano passado o país e mundo acompanharam vídeos da tortura de uma mulher grávida, que foi torturada e por fim assassinada à tiros por homens armados.
As mulheres e o povo no geral são privados do acesso aos serviços de saúde a tempo integrado, as gestantes são retiradas o direito do pré natal, os partos são feitos nas matas e ou em condições desumanas, crianças não beneficiam das consultas de controle e vacinação por conta da guerra.
Vídeo da funcionária do hotel Amarula que foi decaptada a sangue frio na passada semana, só mostram o quão o assunto é serio e deve ser tomada como agenda principal do Governo. Estes são alguns dos muitos casos reais de como está a realidade das mulheres em Cabo Delgado, e de salientar que existem tantos outros que as câmeras não filmam, e ficam invisíveis.
Os sequestros de raparigas e mulheres, os casamentos prematuros e tantas outras barbaridades cometidas, fazem com que nós Mulheres não celebremos esta data, mas sim em sororidade e solidariedade nos unimos para exigir respostas e paz imediata para Cabo Delgado e todo Moçambique.
#semotivosparacelebrar
WVL ALIADAS
O dia 8 de Março é o resultado de uma série de fatos, lutas e reivindicações das mulheres por melhores condições de trabalho e direitos sociais e políticos.
Este dia pretende celebrar os direitos que as mulheres conquistaram até agora, mas também relembrar que ainda há muito por fazer. Causas como o direito ao voto, igualdade salarial, maior representação em cargos de liderança, à protecção em situações de violência física ou psicológica, ou ainda o acesso à educação continua actuais, pois em vários pontos do globo, as mulheres não têm esses direitos garantidos.
O tema deste ano é “As mulheres na liderança: Alcançar um futuro igualitário num mundo de COVID-19”. Assim, destaca-se o papel das mulheres no combate de um dos maiores desafios actuais para a Humanidade.
#mulheresnaliderança #igualdadedegenero #empoderamento #inclusao #participacao
FÓRUM MULHER
8 de Março Dia Internacional Da Mulher
Neste 8 de Março, celebremos o movimento feminista e as nossas conquistas, reafirmando o espaço político do feminismo nas nossas vidas.
Celebremos o 8 de Março como sinal de luta permanente contra as estruturas de opressões que reproduzem as desigualdades.
Celebremos em homenagem às mulheres vítimas dos conflitos armados, afectadas pelos ciclones e pela pandemia da Covid-19.
Celebremos com indignação e revolta contra a expropriação do corpo das mulheres como objecto de prazer sexual, força de trabalho e procriação.
Celebremos o 8 de Março desmacarando as artimanhas do patriarcado para nos dividir entre o espaço público e privado, entre elas e as outras, entre as especialistas e activistas.
Celebremos o 8 de Março despojando-nos das amarras do capitalismo que permeia as desigualdades na nossa sociedade e reproduz a pobreza aumentando a precariedade das famílias e tornando as mulheres mais dependentes.
Celebremos ad mulheres ba sua adversidade de crenças, escolhas partidárias, profissionais e identidade de género.
Celebremos as mulheres da Paz, sem filhos de guerra.
Celebremos úteros autônomos e livres! Seguiremos em marcha até que todas sejamos livres!
#ResistimosParaViverEMarchamosParaTransformar